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quarta-feira, 11 de abril de 2012

União Futebol Clube

Era início dos anos 50. A gente jogava peladas todos os dias, mas havia a vontade de jogar num time organizado, fardados e em campos que, ao menos, tivessem goleiras. Como eu e o Januário éramos pernas-de-pau, não havia time que nos aceitasse, por isso decidimos fundar um clube. Escolhemos o nome: União.
Ao Januário (dos Santos Oliveira) coube arrecadar fundos para a compra das camisetas, o que ele fez, criando um Livro de Ouro e percorrendo o comércio local, o que nos permitiu a compra de um jogo de camisetas nas cores e desenho das do Botafogo do Rio.
A mim, que transitava livremente nas turmas dos Canudos, do Colégio O. Aranha e do Coliseu, coube conversar com os guris bons de bola e convencê-los a jogar conosco; do Coliseu vieram o Nenê, excelente zagueiro de área, seu irmão Fernando, organizador de meio-campo e o Irizaga, avante.
Da turma que jogava no campo do colégio Osvaldo Aranha, vieram o Jesús (Trindade), ponteiro direito, o Vando (Vanderlã), ponteiro esquerdo, e eu, lateral direito.
Dos Canudos vieram o Januário, goleiro, o Salsicha e o Toco.
O sucesso inicial foi tão grande que começaram a aparecer candidatos a jogar no União. A gente jogava aos domingos, no campo do Sexto Regimento de Cavalaria, com autorização do oficial encarregado da parte esportiva daquela unidade militar.
O time deixou de existir, à medida que seus integrantes deixaram de morar no Alegrete, por motivo de estudo ou trabalho.
Como não há fotos ou outro tipo de registro, deixo este depoimento.

Os médicos do Alegrete

Os médicos do Alegrete
Conheci muitos médicos no Alegrete e todos eles se caracterisaram pelo saber na área médica, pela notável cultura geral e, sobretudo, pela imensa comiseração que sempre demonstraram pelos menos favorecidos.
Lembro do Dr. Odilon, que muitas vezes recebia por seu trabalho apenas mais um afilhado, caso do meu sobrinho Nei que estudou medicina e se tornou um excelente cirurgião; os espíritas diziam que, nas cirurgias, ele era assistido pelo espírito do Dr Odilon.
Dos mais cultos, lembro do Dr. Ciro (Ciro Soares Leães) e do Dr. Robertinho ( Roberto Osório Jr.), ambos médicos e poetas.
Entre os mais bonachões, recordo do Dr. Salvador Pinheiro Machado e do Dr. Alvarino Marques, amantes de um bom papo e dum bom prato.
Finalmente, o mais conhecido de todos, o Dr. Romário (Romário Araújo de Oliveira), irmão do Seu Osvaldo (da oficina) e tio do Juarez (nosso parceiro do futebol e do jogo de botão).