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domingo, 14 de abril de 2013

Medos infantis.

Dos medos infantis:




Eu já tinha dez anos e morria de medo do escuro. Quando meu irmão Domingos apagava a luz do nosso quarto, para dormirmos, eu cobria a cabeça devido ao medo; sair no quintal à noite, só na parte iluminada.

Um dia resolvi que devia enfrentar e vencer o medo; lá bem no fundo do quintal havia um pé de ipê-roxo; eu decidi que toda a noite após o jantar eu iria até o fundo do quintal e tocaria no ipê. Comecei a fazer isso, ia até o ipê, tocava nele e voltava, na mais desabalada carreira que se possa imaginar, como se mil demônios corressem atrás de mim. Fiz isso por muito tempo, até que chegou o dia que eu passei a ir tranquilamente até o ipê, tocá-lo e regressar caminhando normalmente.

A partir de então vi que não mais havia necessidade de fazê-lo: o medo fora, finalmente, vencido.