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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Homenagem ainda que tardia!


Recebi, junto com o exemplar da Gazeta, a edição especial relativa aos 80 anos do Hélio Irajá Ricciardi dos Santos. Lí e gostei muito dos depoimentos feitos por alguns muito famosos e outros nem tanto. Como um quase desconhecido e que teve apenas relações casuais e esporádicas com ele, é que faço este depoimento.
A primeira vez que ví o Hélio, na década de 40, ele era um rapazola magro, muito alto, com o rosto cheio de espinhas e extremamente tímido, levado até nossa casa por meu irmão Domingos, seu colega , amigo e futuro padrinho. Os dois tinham em comum, além da admiração recíproca, o fato de serem órfãos de pai, terem deixado de estudar de dia para, estudando à noite, trabalhar e ajudar no sustento da casa. Foi do Domingos que ouvi o primeiro elogio ao Hélio: -- O Hélio é muito inteligente, tudo que ele vê aprende e é capaz de fazer melhor do que o que viu!
A próxima lembrança que tenho do Hélio é da década de 50, sendo ele já um poeta consagrado, juntamente com Roberto Osório Júnior, Ciro Soares Leães e Enio Campos; o que mais desejávamos ( eu, o Felipe Trindade, o Walterson Caravajal e outros jóvens que começavam a escrever poemas) era ter um poema nosso lido e apreciado por um desses mestres.
A seguir, no início da década de 60, lembro um encontro que tivemos numa viagem num trem noturno. O Hélio construtor, sabendo que eu iria me formar em Engenharia, me convidava a me estabelecer em Alegrete, onde faríamos uma parceria e construiríamos muitas casas (e eu só queria ser seu parceiro na poesia...).
Nas décadas de 70, 80 e 90, este cometa brilhante que é o Hélio, teve uma órbita bastante distante e eu não tenho registros de sua passagem.
Finalmente, nos anos 2000, conheci a Lilia, filha dele, através da Internet...
Se os poemas são como filhos, os filhos são a verdadeira Elegia à Vida que todos nós, poetas ou prosaicos escritores, ousamos escrever!

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