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sábado, 17 de janeiro de 2015

OS "PORTAIS" do ALEGRETE


Benício Pir Loco e os “portais” do Alegrete:

                Meu trisavô pelo lado materno,  Benício Pir Loco, uma certa feita descobriu que no Alegrete havia diversos  “portais”, espécie de passagem entre universos paralelos. Descobriu também que alguns desses portais estavam situados no Cerro do Caverá, em cuja proximidade ele morava.
                Vô Benício era um homem de poucos estudos  e muita coragem, um certo dia, seguindo o que dizia a lenda quase-verdade e totalmente mentira do Cerro do Caverá – quem se jogasse  de uma plataforma de pedra do cerro seria arrastado pela força de atração de um portal  inter-dimensional (uma espécie de buraco-negro intergalático, capaz de sugar toda a matéria que dele se aproximasse) – ele se jogou da plataforma e pimba, passou a um universo paralelo, mas infelizmente bidimensional e não tridimensional como o nosso.
                Ao chegar a este outro universo, Vô Benício se viu reduzido a uma estampa e não sabia como voltar. Depois de mais de dois séculos pensando e se lamuriando, Vô Benício já nem se considerava uma estampa, se julgava uma estampilha – mas estampilha, por acaso, não é um selo?  Vô Benício escreveu uma carta para ele mesmo e se "colou" ao envelope:

                               Ilmo. Sr. Benício Pir Loco
                               Proximidades do Cerro do Caverá.
                               Sub-distrito do Alegrete – RS – BR.

                Alguns anos depois passou por ali o carteiro, que outro não era senão o “Mochileiro das Galáxias”, que se dirigia a “Um Restaurante no Fim do Universo” e que, de passada, deixou a carta no endereço correto, embora um tanto-quanto quase totalmente vago.

Vô Benício se reviu no momento exato da queda, que terminou nas pedras cerca de 2,5 m abaixo. Vô Benício fraturou o fêmur da perna direita, que foi “encanada” por um prático, um tal de Almeida; a perna ficou um pouco mais curta e Vô Benício se tornou coxo pelo resto da vida.

Como a estória sempre se repete, eu quis penetrar através deste mesmo portal, uma certa ocasião em que eu fui com meus primos até  um ponto acima desta plataforma, para colher carqueja  para refazer as vassouras de campanha;  caí da plataforma, mas o portal não me aceitou pois não havia atingido a idade da razão, tinha apenas seis anos: me esborrachei  nas pedras 2,5 m abaixo, fraturei o fêmur direito, tive a perna encanada por um prático de campanha, o senhor Mito Almeida. Fiquei  com a perna direita 1,5 cm mais curta, tive que reaprender a andar e hoje mal se nota alguma coisa diferente no caminhar.



Por isso, recomendo que vocês, antes de tentar um passeio por outros universos, leiam o “Guia do Mochileiro das Galáxias”  de Douglas Noël Adams (1952-2001)  escritor e comediante britânico, e também   “Batalha do Apocalípse” e a trilogia “Filhos do Éden” do Eduardo Spohr, escritor brasileiro que sabe tudo sobre portais, vértices, etc.

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