Benício Pir
Loco e os “portais” do Alegrete:
Meu
trisavô pelo lado materno, Benício Pir
Loco, uma certa feita descobriu que no Alegrete havia diversos “portais”, espécie de passagem entre universos
paralelos. Descobriu também que alguns desses portais estavam situados no Cerro
do Caverá, em cuja proximidade ele morava.
Vô Benício era um homem de poucos estudos e muita coragem, um certo dia, seguindo o que dizia a lenda quase-verdade e totalmente mentira do Cerro do Caverá – quem se jogasse de uma plataforma de pedra do cerro seria arrastado pela força de atração de um portal inter-dimensional (uma espécie de buraco-negro intergalático, capaz de sugar toda a matéria que dele se aproximasse) – ele se jogou da plataforma e pimba, passou a um universo paralelo, mas infelizmente bidimensional e não tridimensional como o nosso.
Ao chegar a este outro universo, Vô Benício se viu reduzido a uma estampa e não sabia como voltar. Depois de mais de dois séculos pensando e se lamuriando, Vô Benício já nem se considerava uma estampa, se julgava uma estampilha – mas estampilha, por acaso, não é um selo? Vô Benício escreveu uma carta para ele mesmo e se "colou" ao envelope:
Ilmo. Sr. Benício Pir Loco
Proximidades do Cerro do Caverá.
Sub-distrito do Alegrete – RS – BR.
Alguns anos depois passou por ali o carteiro, que outro não era senão o “Mochileiro das Galáxias”, que se dirigia a “Um Restaurante no Fim do Universo” e que, de passada, deixou a carta no endereço correto, embora um tanto-quanto quase totalmente vago.
Vô Benício era um homem de poucos estudos e muita coragem, um certo dia, seguindo o que dizia a lenda quase-verdade e totalmente mentira do Cerro do Caverá – quem se jogasse de uma plataforma de pedra do cerro seria arrastado pela força de atração de um portal inter-dimensional (uma espécie de buraco-negro intergalático, capaz de sugar toda a matéria que dele se aproximasse) – ele se jogou da plataforma e pimba, passou a um universo paralelo, mas infelizmente bidimensional e não tridimensional como o nosso.
Ao chegar a este outro universo, Vô Benício se viu reduzido a uma estampa e não sabia como voltar. Depois de mais de dois séculos pensando e se lamuriando, Vô Benício já nem se considerava uma estampa, se julgava uma estampilha – mas estampilha, por acaso, não é um selo? Vô Benício escreveu uma carta para ele mesmo e se "colou" ao envelope:
Ilmo. Sr. Benício Pir Loco
Proximidades do Cerro do Caverá.
Sub-distrito do Alegrete – RS – BR.
Alguns anos depois passou por ali o carteiro, que outro não era senão o “Mochileiro das Galáxias”, que se dirigia a “Um Restaurante no Fim do Universo” e que, de passada, deixou a carta no endereço correto, embora um tanto-quanto quase totalmente vago.
Vô Benício se reviu no momento
exato da queda, que terminou nas pedras cerca de 2,5 m abaixo. Vô Benício
fraturou o fêmur da perna direita, que foi “encanada” por um prático, um tal de
Almeida; a perna ficou um pouco mais curta e Vô Benício se tornou coxo pelo
resto da vida.
Como a estória sempre se repete,
eu quis penetrar através deste mesmo portal, uma certa ocasião em que eu fui
com meus primos até um ponto acima desta
plataforma, para colher carqueja para
refazer as vassouras de campanha; caí da
plataforma, mas o portal não me aceitou pois não havia atingido a idade da
razão, tinha apenas seis anos: me esborrachei
nas pedras 2,5 m abaixo, fraturei o fêmur direito, tive a perna encanada
por um prático de campanha, o senhor Mito Almeida. Fiquei com a perna direita 1,5 cm mais curta, tive
que reaprender a andar e hoje mal se nota alguma coisa diferente no caminhar.
Por isso, recomendo que vocês,
antes de tentar um passeio por outros universos, leiam o “Guia do Mochileiro
das Galáxias” de Douglas
Noël Adams (1952-2001) escritor e
comediante britânico, e também “Batalha
do Apocalípse” e a trilogia “Filhos do Éden” do Eduardo Spohr, escritor
brasileiro que sabe tudo sobre portais, vértices, etc.
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