Seguidores

segunda-feira, 7 de outubro de 2013


DE FANTASMAS e ALMAS PENADAS – I

 

Depois do jantar a molecada da Gal. Sampaio se reunia para papear. No inverno a gente trazia a capa Ideal de chuva/frio e com umas forrava a soleira de porta onde a gente sentava, e se cobria com outras. O assunto eram estórias criadas pela imaginação de cada um, que em pé a contava aos demais; eram estórias de selva (Tarzan e afins), de viagens espaciais (Flash Gordon) para planetas habitados por homens de vidro ou de gelo ou de areia e por aí vai.

 

No verão a disposição e os temas eram diferentes: ficávamos em rodinhas, em pé em frente a uma casa e o assunto preferido eram fantasmas ou almas penadas (aquelas que carregavam um saco nas costas ou um rosário pendurado no pescoço ou saltavam das paredes para o chão, procurando interagir com os vivos); a gente tinha muito medo e falava para aliviar.

Certa ocasião em que conversávamos, o Vando era que estava mais próximo à parede; foi quando ouvimos uma espécie de guincho de pavor e algo bateu nas costas do Vando;  nós todos corremos apavorados. Era apenas um gato que costumava pular a janela para seu passeio noturno e naquela noite encontrou um obstáculo inesperado e, sem poder abortar o salto, guinchou de pavor.

A gente se recompôs em seguida e passou a rir do susto. O Vando e o gato devem estar correndo até hoje, não lembro de tê-los visto de novo.

Nenhum comentário: